quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Eleições 2012 - Eleição Limpa, Sem MENSALÃO


Publicado em O LIBERAL de 03/10/2012, 1º caderno, pág. 02


- Nicias Ribeiro                                           
- Engenheiro eletrônico
Estamos às vésperas de mais uma eleição. E isto é a prova de que o Brasil está exercitando a democracia, pelo menos no que tange a escolha de seus candidatos. Aliás, há dois anos o povo brasileiro escolheu, através do voto direto, a atual Presidente da Republica, os Governadores dos Estados, os Senadores e os Deputados Federais e Estaduais.
Agora, nas eleições do próximo domingo, os brasileiros escolherão, em seus respectivos municípios, os novos Prefeitos e Vereadores. E é natural que, em algumas cidades, este acontecimento se transforme numa grande festa. Festa cívica, é claro, por se tratar do cumprimento de um dever cívico, que, acima de tudo, é um direito que foi conquistado à duras penas. Aliás, é bom lembrar que por muito tempo, durante o regime militar, o povo brasileiro não tinha o direito de votar e escolher o Presidente da Republica, os governadores dos estados federados, os prefeitos das capitais, bem como os prefeitos dos municípios considerados de interesse da segurança nacional ou estâncias hidrominerais. E foi graças a uma grande luta dos políticos, por longos 20 anos, que hoje o povo brasileiro tem o direito de votar para todos os cargos da política nacional, de vereador a Presidente da República. Daí termos dificuldade de entender o comportamento de algumas pessoas que votam a contragosto, uma vez que é através do seu voto que é expressada a sua vontade. Por outro lado, se não ocorressem às eleições periódicas, como no passado não tão distante, estaríamos numa ditadura, na qual um único homem ou um grupo decidiria tudo a respeito do nosso país, como ocorria nos anos sessenta e setenta e que deu muito trabalho e sofrimento para tira-los do poder. É por isso que nos incomoda, quando encontramos alguém que reage, se negando a participar das eleições, votando nos seus candidatos ou anulando o seu voto, demonstrando, assim, a sua insatisfação ou a sua revolta diante da degradação de setores da classe política, que, a bem da verdade, tem denegrido a imagem dos verdadeiros políticos deste país que, na sua maioria, são sérios, competentes e dedicad os na defesa do bem comum. E, certamente, não é porque muitos daqueles que ocupam cargos políticos enveredaram pelos caminhos da corrupção, que todos os políticos sejam corruptos e desonestos.
Contudo, quando tratamos do desvio de personalidade dos políticos, é bom lembrar que quem os coloca nos cargos é o povo, com o seu voto, no dia das eleições. E quando o povo vota em corrupto, despreparado ou descompromissado com o desenvolvimento, não culpemos simploriamente a educação, que inegavelmente é de péssima qualidade, mas, sim, assumamos a falta de engajamento de todos no processo político-eleitoral, principalmente dos intelectualmente preparados que, muitas vezes, se omitem de participar do processo, esquecendo-se que o Brasil é de todos.
                        Aristóteles, o grande filosofo da Grécia antiga, disse que “política é a arte da busca permanente das soluções para os problemas do povo”. Isto foi dito numa época em que os governos eram imperiais. Muito tempo depois, já no século XVIII, surge com Rousseau a maravilhosa ideia sobre democracia. Na revolução francesa nasce a ideia de um “governo do povo, para o povo e pelo povo” e de que a política seria, também, “a arte do debate das ideias”. Com a independência dos EUA, surge a ideia da tripartição dos poderes da republica, que seriam exercidos em nome do povo, para o povo e pelo povo, tendo como regra o respeito à liberdade, a igualdade e a fraternidade entre as pessoas. E aí, como necessariamente haveri a “situação e oposição”, nasce a ideia de que “política é”, também, “a arte da convivência dos contrários”, uma vez que “esses grupos” teriam que conviver, no debate das ideias, para a construção daquela então jovem nação.
Como se vê, política é uma arte em todos os sentidos, desde que busque, efetivamente, a solução para os problemas do povo. Mas, seguramente, não é a arte da mentira e nem da enganação como muitos pensam. E quem age assim não é político. É qualquer outra coisa, até porque o político deve ser sério, preparado, dedicado e comprometido com o desenvolvimento da sua gente.
Feliz Eleição. E vote certo!