sexta-feira, 30 de março de 2012

O antes e o durante, de Belo Monte

                                                                                                                 Publicado em O LIBERAL de 28/03/2012, 1º caderno, pág. 02

- Nicias Ribeiro                                              
- Engenheiro eletrônico

No artigo da semana passada, tratei da luta que, necessariamente, continua, pelas compensações a que têm direito Altamira e Vitória do Xingu, por serem as cidades que sofrerão o maior impacto econômico e social com as obras da hidrelétrica de Belo Monte, que, aliás, já estão sendo sentidos desde o ano passado, principalmente em Altamira, que, por ser cidade pólo, sofre mais intensamente seus efeitos.
É claro que esses problemas são absolutamente normais, por se tratar de uma obra do porte de Belo Monte. Daí o Estado ter-se preocupado em instalar, em Altamira, um Batalhão da Polícia Militar; Superintendência da Polícia Civil; unidade do Corpo de Bombeiros; Campus da Universidade Estadual; unidade do Hemopa; Centro de Saúde Especial, no bairro do Mutirão, para atuar na urgência e emergência; Hospital Regional de média e alta complexibilidade, que, aliás, foi construído e equipado no primeiro governo do Dr. Simão Jatene, cujo número de máquinas de hemodiálise foi aumentado de 10 para 20 no atual governo.
Como se vê, tudo isto foi feito antes de Belo Monte, o que demonstra a preocupação do Estado para com os impactos econômicos e sociais que essa obra causaria em Altamira. E no que tange aos demais municípios do entorno, registre-se: todos possuem os seus hospitais que, também, foram construídos antes do início dessas obras.
 É por isso que, apesar das deficiências, está sendo possível, ainda, administrar este primeiro ano dessa gigantesca obra. Contudo, e todos hão de convir, a infraestrutura montada em Altamira, e que atendia razoavelmente bem a população ali residente, por certo é insuficiente para atender aquela população, acrescida de milhares de migrantes que para lá foram em busca de trabalho ou de novas oportunidades. Daí o caos quase instado em Altamira, na área da saúde. E a solução, óbvia, é a construção de um novo hospital de 100 leitos para a baixa complexibilidade, bem como ampliar o Hospital Regional de média e alta complexibilidade em pelo menos 50 leitos, com o correspondente aumento no número de leitos de UTI e CTI.
Aliás, diga-se de passagem, nenhuma grande hidrelétrica é construída, sem que, antes, seja construído o hospital para lhe dar suporte. Assim foi em Tucuruí. E assim deveria ter sido em Belo Monte. E como a Eletronorte financiou a construção do seu hospital, em Tucuruí, é claro que a construção do hospital de 100 leitos em Altamira, bem como a ampliação do Hospital Regional, deve ser financiada pela Norte Energia S/A, até porque é a dona do empreendimento, por concessão do governo federal. Ademais, e é bom que se diga, o Pará, enquanto “Ente Federado”, sequer foi chamado a opinar a respeito dessa obra, pelo simples fato de que todos os potenciais de energia hidráulica existentes no Brasil, conforme estabelece a Constituição, são bens da União Federal. E se assim é, não é justo que o Pará, que já sofre com a desoneração do ICMS dos produtos primários e semielaborados, tenha de arcar, também, com o ônus dos impactos dessa obra, até porque, de acordo com a legislação vigente, não receberá nenhum centavo de impostos com a geração da energia de Belo Monte, do mesmo modo como ocorre em Tucuruí.
Dessa forma, entendo que o governo do Pará deve exigir da Norte Energia, e se necessário do governo federal, a imediata construção do referido hospital de 100 leitos em Altamira e a ampliação do Hospital Regional de média e alta complexibilidade, até porque se não fossem as obras de Belo Monte, certamente não haveria necessidade de fazê-lo.
O Estado, cuidou de Altamira e região antes de Belo Monte. Cabe a Norte Energia e a União Federal cuidarem, pelo menos agora, durante as obras de Belo Monte, até porque é de suas respectivas obrigações.
É claro que sempre defendi Belo Monte, como fonte geradora de energia firme, limpa e renovável. É certo que sempre sonhei com a utilização do fantástico potencial hidrelétrico dos rios do Pará, para garantir um desenvolvimento sustentável para o Brasil. Mas sem o caos que se prevê em Altamira.
O antes foi feito pelo Estado e bem feito, até porque foi feito com planejamento e parcimônia. Que se faça o durante, com respeito a inteligência das pessoas

quarta-feira, 28 de março de 2012

Morre escritor Millôr Fernandes aos 87 anos

Morreu na noite dessa terça-feira, dia 27, no Rio de Janeiro, o escritor carioca Millôr Fernandes. Ele tinha 87 anos e teve falência múltipla de órgãos em sua casa. 

Segundo o jornalista da Band Ricardo Boechat, que conversou com o filho de Millôr, Ivan Fernandes, o corpo do escritor permanecerá hoje em uma funerária e será velado nesta quinta-feira, dia 29, a partir das 10h, no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária da capital. Em seguida, às 15 h, o corpo será cremado.
Em 2011, o escritor foi internado duas vezes na Casa de Saúde São José, também no Rio, mas os motivos da internação não foram divulgados.

Em entrevista ao canal GloboNews na manhã de hoje, o jornalista Zuenir Ventura lamentou a morte do amigo. "É realmente uma perda. A perda de um gênio. É uma perda para o jornalismo, para o teatro, para a literatura, porque o Millôr fazia tudo", afirmou.

Talento multifacetado


Além de escritor, Millôr também foi desenhista, jornalista e dramaturgo de destaque.

Nascido em 27 de maio de 1924 - segundo sua certidão de nascimento, mas a família diverge sobre o registro da data correta - o escritor ficou órfão de pai um ano depois e aos dez anos perdeu a mãe. Com pouca idade, viu sua família se separar e cada irmão teve de ir morar com um parente.

"Morto meu pai. Nessa idade a orfandade passa impressentida. Mas a família - mãe com quatro filhos - cai de nível imediatamente", escreveu o jornalista na biografia apresentada por seu site oficial.

"Morta minha mãe. Sozinho no mundo tive a sensação da injustiça da vida e concluí que Deus em absoluto não existia. Mas o sentimento foi de paz, que durou para sempre, com relação à religião: a paz da descrença", acrescentou ainda sobre as perdas. 

Aos 14 anos, entrou na carreira jornalística e aos 19, na revista "O Cruzeiro", que viu em seis anos sua tiragem subir de 11 mil para 750 mil exemplares, tornando-se uma grande influência na formação da opinião pública no Brasil.

Em 1957, aos 33 anos, expôs seus primeiros desenhos no Museu de Arte Moderna.

Millôr também for um dos criadores do jornal "O Pif-Paf" que, apesar de ter durado apenas oito edições, é considerado o ínicio da imprensa alternativa no Brasil. Colaborou ainda ativamente com "O Pasquim", publicação de forte oposição ao regime militar.

O escritor ainda traduziu várias peças de Shakespeare, tornando-se referência no meio teatral. Também colaborou em jornais como "O Globo" e "O Estado de S. Paulo", além da revista "Veja".

Na virada do século, lançou seu site oficial "Millôr Online". Mesmo com a avançada idade, foi sempre ligado a internet, às redes sociais, e possuía conta no Twitter com mais de 360 mil seguidores. 


Fonte: Band.com

Acidente na PA 446 Estrada Primavera/Quatipuru



  Um trágico acidente ocorrido hoje 26 de Março por volta do meio dia na PA 446 (Estrada Primavera/Quatipuru) à altura do Km 08, no Município de Quatipuru envolvendo a motocicleta de placa JUT 9629 e o caminhão de placa PFQ 8590 resultou na morte do condutor da motocicleta Armando Ferreira da Costa, segundo alguns indícios tudo indica que o motorista do caminhão trafegava pela contra mão e em alta velocidade. O caminhão envolvido no acidente fatal pertence a empresa Horizonte Logística LTDA de Belém que transporta produtos da Ambev  no Município de Quatipuru . A vítima fatal era casada, tinha 45 anos, deixa dois filhos e trabalhava na Prefeitura de Primavera como operador de máquinas pesadas, mas morava em Quatipuru na Travessa João Aniceto S/nº no Bairro da Pedreira. O perigo nessa estrada é constante já que a mesma é estreita, não tem sinalização e também não tem acostamento. No momento do acidente caia uma chuva fina no local, o que pode ter dificultado a visão dos condutores. Peritos do Instituto Renato Chaves de Castanhal estiveram no local e removeram o corpo para o IML daquela cidade. 


Fonte: Portal Quatipuru http://www.portalquatipuru.net/?pg=noticia&id=37