terça-feira, 31 de julho de 2012

Julho... Seu Lindo...


Menino sapeca que anima todos os anos
A vida de quem ousa ser criança,
Moleque levado que corre de lado a lado
Mas que sempre guarda os seus trunfos para a hora certa, conquistar.
Talvez todo mundo esteja cansado de um mês tão inquieto,
Mas com certeza todos já estão morrendo de saudades das aventuras vividas,
Das histórias para toda a vida, dos momentos únicos que contigo sempre vêem,
Agora a vida deve continuar, menino sonhador, se e ironia ou não do destino o caminho não é mais o mesmo,
Ao por do Sol encontrei algo que há muito tempo precisava
Sem nem saber ao certo o que procurava, mas encontrei uma enorme felicidade, 
E energia e mais que suficiente para encarar qualquer desafio!


Renato Smith

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Aplausos à Anatel - Artigo de Nicias Ribeiro


Publicado em O LIBERAL de 25/07/2012, 1º caderno, pág. 02

- Nicias Ribeiro                           
- Engenheiro eletrônico
Numa quarta-feira de 2012, 18/04, escrevi neste espaço o artigo “A piada da telefonia”, no qual tratei da privatização da antiga Embratel e das subsidiárias da antiga Telebras, lembrando, inclusive, que aquele processo foi muito complexo, por não se tratar pura e simplesmente de uma privatização, como foi o caso da Companhia Siderúrgica Nacional no governo Collor, mas, também, de uma concessão de serviço público, cujos contratos fixavam metas de expansão do sistema de telefonia e a implantação de novas tecnologias. Daí ser dividido em lotes, constituído de áreas superavitárias e deficitárias, com vistas a garantir o funcionamento pleno do sistema e a saúde financeira das concessionárias.
É óbvio, e disse isso no referido artigo, que a meta de expansão foi atingida com louvores, tanto na telefonia fixa como na móvel celular. Infelizmente, porém, o mesmo não aconteceu em relação à qualidade do serviço prestado, devido à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não ter cumprido com o seu papel de fiscalizar os serviços de telefonia e de internet, exigindo das operadoras, inclusive, um nível de qualidade pelo menos razoável.
Hoje o Brasil tem uma população de quase 200 milhões de habitantes e mais de 250 milhões de celulares que funcionam mal, o que leva os brasileiros a comprarem novos aparelhos ou chips, de outras operadoras, na expectativa de que funcionem numa hora de necessidade, o que por si só é um absurdo, até porque as operadoras são desonestas quando vendem novos celulares, mesmo sabendo que a sua estrutura operacional não comporta novos usuários. A não ser que as operadoras não disponham de um sistema de controle, o que seria um outro absurdo pela ótica da tecnologia e até mesmo empresarial. Seja como for, é inaceit ável que a Anatel disso não soubesse, a ponto de deixar chegar no caos em que se chegou. Aliás, esperar que os usuários reclamassem até um número tal, que as estatísticas indicassem que haveria algo de errado no sistema, é brincadeira. É piada. É faltar com respeito à inteligência das pessoas.
Agora, quando a Anatel assume de fato as suas responsabilidades e proíbe a venda de novos celulares ou chips, eis que os dirigentes das operadoras atingidas se apressam em dizer que a culpa é dos estados e municípios, que teriam estabelecido normas que dificultam a instalação dos equipamentos que permitem o pleno funcionamento dos seus serviços. Ora, se esses equipamentos não estavam devidamente instalados, porque as operadoras venderam novas linhas? Por outro lado, é possível que nas grandes cidades haja dificuldade para instalação das torres com os equipamentos, mas nas pequenas cidades isso não é verdade, até porque existem grandes quintais com bastante área disponível.
É evidente que todo o Brasil festejou e aplaudiu a decisão da Anatel, em punir as operadoras de Telefonia móvel celular devido o péssimo serviço que prestam à população. Aliás, até que enfim a Anatel entendeu que era do seu dever fazer alguma coisa para melhorar este serviço. E no que se refere ao Pará, lamento que esteja sendo punida apenas a “Tim ”, de vez que nenhuma das operadoras presta um serviço decente. Daí o paraense, com o seu espírito brincalhão, referir-se à “Tim” dizendo “Timganei”; à “Claro”, “tô no escuro”; à “Vivo”, “tô morto”; e à “Oi” “tô no adeus ”.
Na verdade, todas as operadoras de telefonia móvel celular, no Pará, brincam com seus clientes e os desrespeitam, com as recorrentes queda de ligações e inúmeras que não são completadas. E isto sem falar nas constantes notícias de que o seu celular “está desligado ou fora da área de serviço” ou que “este número não existe”.
Será que as operadoras imaginam que todos os seus usuários são néscios? É certo que muitos não reclamam, até porque não creem que adiante. Mas todos sabem que o serviço é de péssima qualidade. Daí a revolta de alguns.
Na prática, o que as operadoras de telefonia móvel fazem no Pará é furto, porque cobram por um serviço que não prestam aos seus usuários. Daí os meus aplausos à Anatel por ter cumprido com o seu papel, punindo algumas operadoras que, caso não melhorem a prestação dos seus serviços, poderão, inclusive, perder a concessão.

terça-feira, 24 de julho de 2012

A maldição de Batman?



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A tragédia ocorrida em Aurora, no Colorado (EUA), na estreia de "Batman: o cavaleiro das trevas ressurge", o derradeiro filme da trilogia elaborada por Christopher Nolan, reforça a lenda urbana de que a série seria amaldiçoada por alguma razão tão obscura quanto a bipolar personalidade do mais junguiano dos super-heróis americanos.
A lenda atravessou o Atlântico e foi parar na Inglaterra, onde o “Daily Mail”, na sua edição de ontem (21), listou os insólitos acontecimentos ocorridos durante as filmagens da trilogia, até a tragédia de Aurora, que matou 12 pessoas e feriu 58.
> Morte acidental do técnico em efeitos especiais
Em outubro de 2007, o técnico em efeitos especiais Conway Wickliffe morreu após a colisão do caminhão onde estava com uma árvore. O acidente ocorreu durante as filmagens do 2° filme da trilogia de Nolan, "Batman: o cavaleiro das trevas".
> A morte de Heath Ledger, o mais espetacular dos “coringas”
Em janeiro de 2008, antes do lançamento de "Batman: o cavaleiro das trevas", Heath Ledger, que interpretou, espetacularmente, o Coringa, foi encontrado morto em seu apartamento, em Manhattan, após uma overdose acidental de medicamentos.
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> Morgan Freeman sofre grave acidente de carro
Em agosto de 2008, Morgan Freeman, que, no mesmo filme, viveu Lucius Fox, ficou gravemente ferido após um acidente de carro no Mississipi.
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> Christian Bale é preso
No mesmo 2008, Christian Bale, que vive o Batman na trilogia, foi preso por supostamente ter agredido a mãe e a irmã antes da première, em Londres.
> Dublê de Anne Hathaway sofre acidente
Em 2011, durante as filmagens do "Batman: o cavaleiro das trevas ressurge", uma dublê de Anne Hathaway, que interpreta a Mulher-Gato, conseguiu quebrou uma câmera caríssima, ao errar a cena e cair em cima do equipamento. A dublê sofreu pesadas escoriações.
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> Batmóvel é parcialmente destruído 
Dias depois do acidente com a dublê, durante filmagens de ação com o Batmóvel, esse ficou parcialmente destruído em mais um acidente.
Apesar de tudo, o filme, que estreia dia 27 de julho no Brasil, promete ser um gran finale e se tornar um dos maiores blockbusters da historia do cinema.

Matéria do Blog do Parsifal

terça-feira, 10 de julho de 2012

TSE Divulga Registro de Candidaturas a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores de Quatipuru.


Hoje (10/07/12) por volta  da 7:40, o Tribunal Superior  Eleitoral (TSE) divulgo a lista de registro de candidaturas que iram concorrer aos cargos eletivos em Quatipuru nas eleições deste ano, foram registrada duas coligações e um o PRP registrou candidaturas sem coligações.

PREFEITO E VICE-PREFEITO

Foram registrados três pedidos de inscrição a candidatura para a chapa de prefeito e vice-prefeito, o Partido Republicano Progressista - PRP - registrou chapa com o Empresário AMERICO MAFRA RAMOS, Natural de Capanema, casado e que possui como nível de escolaridade o  fundamental incompleto, a sua vice será a Professor de Ensino Fundamental ELIANA DO SOCORRO XAVIER DE SOUSA também natural de Capanema, casada é que possui como nível de escolaridade o Ensino Superior Incompleto, essa chapa concorrera com o número 44.

A coligação AVANÇA QUATIPURU, formada pelos partidos PP / PDT / PT / PR / PSD / PC do B / PT do B (Maior frente partidária a disputar essas eleições), registrou a candidatura do ex-prefeito DÊNIS OLIVEIRA, que é formado em gestão-pública (Curso SUPERIO COMPLETO), casado, natural de QUATIPURU, que foi eleito no ano de 2008 prefeito de Quatipuru. Dênis terá como vice em sua chapa o Vereador HÉLIO FERNANDES casado, e natural de Quatipuru. Essa chapa concorrera com o número 22.
Já a coligação “Trabalho e Compromisso”, formada pelos partidos: PRB / PTB / PMDB / PMN / PSDB, registrou a candidatura do também ex-prefeito LUIZ GUILHERME, professor, casado, natural de BELÉM, que terá como vice o Sr. ALAIR PRAGANA, casado, natural de Quatipuru, e com o ensino fundamental completo, essa chapa concorrera com o número 45.
Pela terceira eleição seguida teremos o embate real para a prefeitura de Quatipuru dos grupos políticos liderados pelos dois últimos prefeitos de Quatipuru, DÊNIS OLIVEIRA e Luiz Guilherme, será uma ótima oportunidade de comparamos as duas gestões, Dênis tem ao seu lado o discurso de ter reformado e melhorado todos o órgãos públicos, assim como ter recuperado e adquirido inúmeras máquinas para o município, de ter feito a primeira escola com sala refrigerada da história da cidade. De ter asfaltado toda a vila do Cumaru, como inúmeras outras obras. Acredito que Guilherme irá pautar sua campanha no seu carisma, e por ser o candidato do Partido do governador, vale ressaltar que na história política de LUIZ GUILHERME, ele já foi do PDT, PSDB, PT e novamente agora do PSDB, também irá tentar ressaltar suas obras na vila de Boa-Vista onde reside, Pesa contra Guilherme, não ter terminado nem o Ginásio em Quatipuru, como o mercado municipal de Quatipuru (que foi terminado pela Equipe Dênis Oliveira), assim como ter derrubado o mercado de Boa vista. A disputa será Boa!

VEREADORES   

Foram Registrado pelas três chapas juntas 76 candidaturas a vereador para ocupar as 9 vagas, irei em breve divulgar todos os registros aqui no Blog!

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Fifa diz tecnologia será usada em jogos no Mundial de Clubes-2012


Tecnologia de ponta no futebol

A Fifa anunciou que a tecnologia vai entrar em campo a partir do Mundial de Clubes-2012. Foi aprovado pela International Board (órgão que regulamenta o futebol) o uso do recurso eletrônico para confirmar se foi gol ou não. A bola terá um chip e o aviso se a bola entrou ou não será enviado ao árbitro por um sistema de antenas.


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Da série UNE PELEGA, o Artigo: Estudantes trocam protesto por regalias


Artigo de Eduardo Oliveira, Presidente do CONJUV Goiás sobre a UNE.
         
Cooptada, entidade abandona as ruas e passar a defender as causas do governo do PT
Na esteira dos mo­vi­mentos sociais que fo­ram cooptados pelos go­vernos petistas está a União Nacional dos Estu­dantes (UNE). A entidade, que em 1992 liderou a manifestação dos caras-pintadas para pedir o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, e que, antes disso, participou ativamente do Diretas-já, desde que Lula da Silva (PT) assumiu a Presidência da República, abandonou os protestos contra o governo federal. “Desafio a me mostrarem uma manifestação organizada pela UNE nos últimos dez anos. As últimas foram o Fora FHC”, lembra Eduardo de Oliveira Silva, presidente do Conselho Es­tadual da Ju­ventude e que presidiu o Dire­tório Central dos Es­tudantes (DCE) da PUC de Goiás.
A UNE, em tempos de governo petista, optou, por exemplo, por não engrossar a Marcha contra Corrupção, de 7 de setembro último, assim como a Central Única dos Trabalhadores, que também foi cooptada pelo governo. Na época, o presidente nacional da UNE, Daniel Iliescu, estudante de Ciências Sociais da UFRJ, disse que a entidade apoiava todas as manifestações, mas não havia nenhuma recomendação especial para as mobilizações em torno do tema da corrupção. Tema que havia derrubado nos meses anteriores à marcha quatro ministros do governo Dilma Rousseff: da Casa Civil, An­tônio Palocci, em junho; do Transportes, Alfredo Nasci­men­to, em julho; e da Agri­cul­tura, Wagner Rossi, em agosto. Após a manifestação, caíram Pedro Novais, do Tu­rismo, em setembro; Or­lando Silva, do Esporte, em outubro; e do Trabalho, Car­los Lupi. “A UNE não levantou sequer uma bandeira contra a corrupção”, afirma Eduardo Silva, lembrando que Orlando Silva, um dos ministros a cair devido à denúncia de corrupção, é do PCdoB, partido que historicamente comanda a UNE, presidiu a União da Ju­ventude Socialista (UJS), organização estudantil ligada ao PCdoB, e a própria UNE.
A não participação dos movimentos sociais na passeata levou Juan Arias, correspondente no Brasil do jornal espanhol “El País”, a questionar no artigo Por qué Brasil no tiene indignados?:  “por que estudantes e trabalhadores não vão às ruas contra a corrupção? Que país é este que junta milhões numa marcha gay, outros milhões numa marcha evangélica, muitas centenas numa marcha a favor da maconha, mas que não se mobiliza contra a corrupção? Será que não cabe aos jovens exigirem um país menos corrupto?”

Aí vem à tona a face mais perversa desse processo de cooptação adotado pelo governo e que teve início na gestão Lula e se mantém com Dilma Rousseff: a própria UNE está sendo investigada por corrupção pelo Mi­nistério Público Federal junto ao Tribunal de Contas da União. A UNE não só se omite em relação à corrupção no governo como pode ter sido contaminada por ela. Há indícios de irregularidades em convênios do governo federal com a UNE e a União Municipal dos Estudantes Se­cundaristas (UMES) de São Paulo entre 2006 e 2010. Segun­do a denúncia, essas entidades receberam cerca de R$ 12 mi­lhões do governo federal para capacitar estudantes e promover eventos culturais e esportivos. Estão sendo investigados 11 convênios, 6 da UNE e 5 da UMES, celebrados com os Ministérios da Cultura, da Saúde, do Esporte e do Turismo. A UNE teria apresentado notas fiscais frias para comprovar os gastos e usado parte dos recursos para comprar bebidas alcoólicas — cerveja, vinho, cachaça, uísque e vodca — além de búzios, velas, celular, freezer, ventilador e tanquinho. Com recursos federais a entidade teria pago faturas de energia elétrica, dedetização da sede da entidade, limpeza de cisterna e impressão do jornal da UNE. Para comprovar os gastos, a entidade apresentou também notas emitidas por bares em que há apenas a expressão “despesas” na descrição do gasto. Por não prestar contas dos convênios firmados com a União, a UNE foi, no ano passado, considerada inadimplente pela Pro­curadoria-Geral do Minis­tério da Fazenda no Ca­dastro In­formativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin). E, se condenada pelo TCU, poderá ser obrigada a devolver os recursos que recebeu.

Em nota, a UNE afirma que “não cometeu irregularidades e não é alvo de investigações de nenhum tribunal de contas”. Antecipa que, “se, o pedido de investigação feito pelo procurador do ministério público junto ao TCU apontar qualquer equívoco em nossa prestação de contas, — não há provas de que tenha ocorrido — será fruto de imperícia técnica, mas nunca de má fé”. Esclarece que “o processo de contratação foi feito via pregão eletrônico, por meio da empresa Terceiro Pregão, especializada em licitações para o terceiro setor” e que se comprovada “qualquer tipo de imperícia técnica em qualquer prestação de contas, compromete-se a saná-las de acordo com o que lei determina, in­clusive, se for o caso, com a devolução de recursos”.

A investigação foi divulgada pelo jornal “O Globo” e o tema já havia sido assunto de reportagem da revista “Veja” no ano passado. Segundo Lucas Marques, de 23 anos, estudante de Ciências Sociais da UFG e vice-presidente da União Estadual dos Estu­dan­tes (UEE), as críticas feitas a UNE são uma resposta da Abril e das Organizações Glo­bo à campanha que a entidade faz em defesa da democratização da mídia. Ele nega a ligação umbilical da UNE com o governo petista e diz que dentro da entidade há diversas vertentes ideológicas que fazem oposição ao PT, como PSDB e PSol.

Realmente tem. A estudante de Direito da PUC Sabrina Gar­cez Henrique, de 23 anos, se elegeu segunda secretária da UNE. Mas observa: “Não é fácil en­trar”. Sabrina é filiada ao PSDB e diz que só foi eleita devido a um intenso trabalho nas bases estudantis. Afirma também que os filiados a partidos que fazem oposição ao governo petista não se elegem para nenhum cargo executivo, apenas para os periféricos. Ser suprapartidária não faz da UNE um espaço democrático, “uma vez que a entidade é dominada pelo PCdoB”, afirma Sa­brina. Ela tem graves críticas à entidade. “Quando o PSDB era governo, a UNE era um braço do PT fazendo oposição a governo. Quanto o PT chega ao poder, passa a funcionar como apoio ao governo e se cala.” Ela conta que dentro da UNE não se ouviu nenhuma crítica a Enem e ao ex-ministro da Educação Fernando Haddad, apesar dos diversos problemas que o exame apresentou, não se discute o sucateamento das universidades, não há um posicionamento em relação à corrupção. “A UNE foi cooptada pelo governo e perdeu seu pa­pel”, sentencia a estudante.

Evidentemente a visão de quem é filiado ao PCdoB é diferente. Jéssica Wuiner, de 18, estudante de Circo da Escola Veiga Vale e presidente da União Goiana dos Estudantes Secun­darista (UGES) diz que a entidade está se “reorganizando” e que o trabalho da UNE em Goiás é bom. A atuação da entidade em Goiás é comandada pelo estudante de História da UEG Caio Barbalho, de 18 anos. Ele tem vínculo com a UJS e é diretor da UNE em Goiás. Segundo ele, a entidade mantém sua atitude de protesto em relação às causas nacionais e cita como exemplo a manifestação Verde e Amarela, em agosto do ano passado, que reivindicou, em frente ao Banco Central, a queda dos juros. Se­gundo ele, o protesto reuniu 25 mil estudantes. “De 2002 para cá a UNE se posicionou em manifestação com milhares de estudantes.” De acordo com Lucas Marques, adepto da teoria da conspiração, o que a UNE faz não sai na imprensa. Lucas conta que em 2002, 2 mil estudante pediram nas ruas, a saída de Henrique Meireles do Banco Central. A indicação de Mei­relles foi o estopim da criação do PSol. Na época, quem não concordou com a política econômica implementada por Lula abandonou o governo. A UNE pode ter reclamado, mas decidiu manter o apoio ao govenro, assim como o PCdoB.

As atuais bandeiras do movimento são: destinação de 10% do PIB para a Educação (aprovada preliminarmente no Con­gresso) e de 50% do pré-sal — “que Lula vetou depois de ter sido aprovado no Se­nado”, lamenta Caio —, e redução da carga de trabalho para 40 horas semanais, além das históricas causas do movimento estudantil, passe-livre e meia-entrada. Quanto ao com­bate à corrupção, Caio diz que a entidade levou 3 mil estudantes às ruas para protestar contra o governador Marconi Perillo, que é do PSDB. Ele não quis comentar, no entanto, porque não levou nenhum para protestar contra a corrupção no governo Dil­ma. Para Lucas, “corrupção é genérica, todo mundo é contra, e o que vale é a opinião sobre corrupção”.

O diretor da UNE, Caio Barbalho, afirma que a UNE não foi cooptada pelo governo petista, mas repete o mesmo discurso do governo quanto o assunto é julgamento do mensalão: “Que­remos um julgamento sem pressão externa e totalmente técnico”. Ele diz que sem a interferência da direita nem do governo, esquece de citar o PT e o ex-presidente Lula, que é quem mais articula para protelar o julgamento do mensalão, esquema de pagamento a parlamentares de­nunciado em 2005.

Sobre a denúncia de corrupção dentro da UNE, Caio diz que a entidade, na nota divulgada em se site, já se explicou para o movimento estudantil, para o governo e para a sociedade de que forma trabalha. Lucas defende a apuração da denúncia, mas está convencido da inocência dos colegas. “A cachaça foi adquirida para Bienal de Cul­tura, que tratava dos elementos do candomblé.”

Todos os entrevistados lem­braram a última grande atuação da UNE no Fora Collor. Lucas tem uma explicação para esse sentimento saudosista que há em relação à entidade. Segundo ele, o movimento estudantil de hoje é diferente do de 15, 20 anos atrás. Ele disputa os jovens com a igreja e as torcidas organizadas. Além dis­so, observa, a maioria dos estudantes estuda em escolas particulares e não têm di­nheiro nem tempo para participar de mobilização. “Nos­sas causas são pontuais, co­mo a instalação elétrica de uma sala ou um ventilador que não funciona.”

A avaliação da engenheira ambiental Sara Ferreira Mo­raes Lima, de 26 anos, que presidiu o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da PUC, é diferente. Ela tem vergonha da inércia da entidade. “Na UNE só há ação partidária hoje, ela apoia o governo federal, que é do PT, e bate no governo estadual, que é do PSDB.” A ligação dos líderes do movimento estudantil com os partidos políticos tem segmentado as entidades, observa a engenheira. E tem como resultado o alheamento dos jovens, que não veem na luta do movimento as próprias demandas. “O movimento estudantil não deve ser contra ou a favor de governos, tem que ser independente.” Essa também é a visão de Eduardo de Oliveira Silva. Segundo ele, a direção atual da UNE su­bordinou a história de 75 anos da entidade às verbas do governo. “O governo comprou o silêncio da UNE.”

A estudante de Direito da PUC Thaís Moraes, conselheira no Centro Acadêmico de Direito e presidente da Co­missão Eleitoral do DCE, é cautelosa em analisar a atuação da UNE. “Não concordo em denegrir a entidade, que construiu uma rica história ao longo de todos os anos, simplesmente por ser oposição ou entender que a atual gestão seja completamente inerte.” Segundo explica, a inércia se dá porque a UNE não atua em nada de relevante em prol dos estudantes nem em movimentos nacionais. “Como, por exemplo, as crescentes ondas de basta à corrupção que têm ocorrido em todo nosso País.”

A explicação para essa apatia da entidade, na opinião da estudante, está no fato de as últimas gestões se preocuparam mais em defender bandeiras partidárias e interesses individuais, “e não fazerem nem o dever de casa, que é pensar no coletivo estudantil”. Ela afirma que os estudantes não se sentem representados pelos atuais dirigentes da UNE, “mas mesmo assim ainda respeitam a entidade”. Para mudar essa realidade, Thaís Moraes de­fende uma ação política pela mudança, preservando a entidade. “Cons­­truindo uma militância renovadora, munida de bons propósitos e não apenas com pedras nas mãos. Que se fale da UJS, do PC­doB, de qualquer partido que seja, mas imputar à U­NE as mazelas de suas gestões é um desastre na representatividade do movimento estudantil brasileiro.”

A descrença na NE é tão grande que a estudante não recebe com surpresa a de­núncia de corrupção na entidade. “Na atualidade, vivenciamos indícios de corrupção nos quatro cantos do nosso País.” Todavia, manifesta sua decepção. “Se nós, jovens estudantes, somos o futuro de nosso País e já pre­­senciamos isso em nossa representatividade, sinceramente, não vejo como ter esperança numa melhora no futuro político.”

Eduardo de Oliveira Silva, do Conselho Estadual da Juventude: “UNE não levanta sequer uma bandeira contra a corrupção”